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A conquista da serra de Bornes - 28 de novembro de 2015 Depois
de no início de novembro termos feito a primeira aventura do ano
fora de portas, não deixámos que acabasse o mês sem
nos aventurarmos numa outra… o destino seria a “conquista”
da Serra de Bornes e arredores…
Em Pinhovelo pudemos ver o pelourinho da localidade. Pelourinho de Pinhovelo A saída da localidade fez-se por um caminho ímpar entre muros e uma floresta de carvalhos e sobreiros de muita beleza. O destino seria a localidade de Cortiços que foi vila e sede de concelho até meados do séc. XIX.
Na chegada à aldeia de Cortiços, encontramos um verdadeiro local histórico dos tempos em que foi vila e sede de concelho, estatuto que perdera em 1853, altura da sua anexação ao concelho de Macedo de Cavaleiros.Os três solares que se erguem no centro da localidade remontam aos tempos da Monarquia.
Solar da família Charula
Solar da família Morais Sarmento
Solar da família Pessanha
Daí
seguimos até às imediações da localidade de
Cernadela onde pudemos atravessar a ribeira de Carvalhais pela ponte medieval
constituída por um misto de blocos de granito e xisto.
Ponte Medieval de Cernadela
Alminhas dos Alcoforados
O destino agora seria a localidade de Bornes. O Zé tinha-me dito que teríamos de atravessar uma linha de água e provavelmente molhar os pés, no entanto, levava pouca água e exstiam umas poldras para se poder atravessar… antes de chegar a Bornes, passámos por um pastor que nos abordou e questionou se andávamos a fazer alguma corrida…quis saber para onde íamos e falámos-lhe em Chacim/Barragem do Azibo com subida à serra…prontamente nos disse que seria melhor ir à volta da estrada porque pela serra era “muito a pique”.
Ainda
antes de chegar a Bornes começaram as hostilidades e a subida já
se fazia sentir…olhei o gráfico e vi que realmente as pendentes
que aí vinham eram altíssimas. Seriam aproximadamente 10
kms de subida mas, em Bornes parámos para nos aliviar de alguma
roupa, colocando-a na mochila.
Igreja de Santa Marta - Bornes
Fontanário da Pedreira
Desde a localidade subimos então ao ponto mais alto da serra de Bornes com pendentes de respeito… durante a subida tive alguns problemas com a transmissão da bicicleta que me obrigou a desmontar algumas vezes. As vistas eram fantásticas com o nevoeiro ao longo do Vale da Vilariça. À medida que subíamos fomos obrigados a vestir novamente o casaco porque o vento era frio e soprava forte, no cimo parámos só para a fotografia e para registar o feito, ver as grandes serras de Trás-os-Montes por onde já pedalámos; Marão, Alvão entre outras e, por segundos, temos a noção dos kms feitos por essas serranias.
Ao longo do alto da serra percorremos cerca de 10 kms num constante sobe e desce, percurso “parte pernas” até que a determinado momento surge a valente descida para a aldeia de Chacim no sopé nascente da serra de Bornes. É uma localidade que está integrada na rede das Aldeias de Portugal.
Depois de atravessar a pequena Ponte do Bairrinho em alvenaria de xisto com possível origem medieval dirigimo-nos até às ruinas do Real Filatório – tratava-se de um complexo industrial de transformação e manufatura da seda, com aproveitamento da água como força motriz. Era um importante exemplar da indústria de sericultura europeia da altura. Ponte do Bairrinho
Zona de habitação dos antigos operários que trabalhavam no Real Filatório
Real Filatório de Chacim
Pelourinho de Chacim
Solar de Chacim
Ainda em Chacim fomos até ao café da localidade para comer umas sandes com pão caseiro para repor energias para o que aí vinha…e que bem nos soube. A saída de Chacim fez-se ligeiramente a descer até à ponte medieval de Paradinha sobre o Rio Azibo. Na descida tivemos oportunidade de ver num grande cabeço virado ao rio o Convento de Balsamão, onde funciona uma casa de retiro/repouso. Neste local existiu, possivelmente, um castelo/vila medieval que evoluiu de um assentamento romano. Em alguns locais são ainda visíveis vestígios da antiga muralha. Ponte de Paradinha
Depois da ponte, circundamos o monte onde se encontra o Convento. Desde aí subimos por algum tempo por uma zona recentemente arborizada e foi a parte do dia em que apanhamos mais calor… quase a chegar ao cimo tive uma pequena avaria na bicicleta e o Zé à frente pensou que a coisa fosse pior… na zona mais planáltica aproveitamos o terreno e trilhos em boas condições para rolar a grande velocidade até descermos à aldeia abandonada de Banreses, atravessando mais uma ponte sobre o Rio Azibo.
Ponte de Banreses
Da
aldeia de Banreses(sendo que existem várias formas de a designar)
restam apenas as ruinas do que foi outrora uma aldeia. Entre elas destingue-se
uma igreja medieval e um moinho de água. Relato
de Helena Cavalaria, antiga residente da aldeia de Banrezes:
Ponte de Vale da Porca
A caminho de Salselas, e porque sítios engraçados a atravessarem linhas de água nos agradam, desta vez encontrámos 2 postes da luz a servir de pontão numa ribeira. Sem olhar para o GPS lá fomos nós, só quando os atravessámos reparámos que o track para a aldeia logo ali era paralelamente à linha de água. Azar dos azares, tivemos que nos descalçar para a atravessar e assim evitar andar o que restava do percurso com os pés molhados. O Zé ainda pôs a hipótese de voltar atras e atravessar a linha de água pelos postes novamente mas eu não quis…
À saída de Salselas tivemos oportunidade de ver fornos de cal e telha/cerâmica, um deles de tipologia e época romana, sendo um dos quatro fornos conhecidos da Península Ibérica em melhor estado de conservação.
Depois de passar a localidade de Valdrez, chegámos à albufeira do Azibo. Daí sabíamos que até Macedo seria sempre a rolar.
Ainda parámos em Vale Prados para fotografar o pelourinho e a captação de água para regadio do canal que passava a uns metros largos de altura…o Tuga não dá hipótese…! Pelourinho de Vale de Prados
Chegámos a Macedo às 17h30, já a anoitecer e tinham ficado para trás 87kms e 2350 metros de desnivel acumulado, de novos trilhos e história patrimonial.
*Aconselha-se o visionamento do vídeo em HD
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