09 de Janeiro de 2010

 

Saída: 14.30 horas

Temperatura: 0º C (no final da volta -2º C)

Participantes: Os quatro suspeitos do costume…

Destino: Fazer o assalto ao depósito de gelados e rajás*, algures nas proximidades da localidade dos Vales.

Idas ao solo: 1 (com direito a tatuagem)

Distância percorrida: 27 Kms

Desnível Acumulado: 815 mts.

 

Não que costume ser hábito mas, devido às previsões de neve para o dia seguinte (domingo) acima dos 400 metros, era de aproveitar a tarde para pedalar pela primeira vez neste novo ano.

A saída de casa tornou-se algo atribulada e, só após duas tentativas de saída é que finalmente partimos em direcção a Alfarela de Jales. Já nesta segunda tentativa e após ter feito uns 500 metros dei conta que ia muito leve e algo faltava…a mochila do costume e a máquina fotográfica. O Zé (assaltante 1), o Manel(degustador de gelados) e Adriano (assaltante 2), não foram na conversa e decidiram pedalar mais devagar, sendo a minha missão resgatar o que me faltava para fazer o registo das ocorrências da aventura.

Combinámos que eu seguiria pela estrada nacional 212 até Alfarela de Jales, em vez de fazer o trilho por terra e aí esperava por eles junto a um caminho que tomaríamos em direcção a Cortinhas. Entretanto, a espera estava-se a tornar demasiado longa e, um vento muito frio vindo de norte, obrigou-me a resguardar-me do mesmo por detrás de uma parede. Diz-se por estas bandas que “de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos…”.

Um agricultor daquela localidade via-me ali com a bicicleta encostada à parede e sem mais nem porquê decidiu aproximar-se e fazer-me companhia dizendo: “Hoje pode-se bem com o suor…!” Conversa aqui, conversa dali, eis que chegam eles munidos de gorros e preparados para o assalto.

A descida para Cortinhas tornou-se algo perigosa devido à muita água gelada e lama no mesmo estado. Todo o cuidado era pouco. As tatuagens da volta anterior foram lembradas em alguns momentos…depois de passar a localidade de Cortinhas fez-se uma ascensão muito rápida e silenciosa até às proximidades da localidade de Vilares (Murça).

 

 

Todos receavam que chegados ao local esperado, os gelados tivessem derretido…só na descida é que vimos que afinal eles deviam estar em condições, pois, ainda existiam réstias de neve do último nevão.

   

 

A descida fez-se com cautela e com muita concentração até ao Rio Tinhela onde recentemente foi construída uma mini hídrica.

   

 

 

 

Sabia-se que era nas proximidades dessa barragem que existia o tal famigerado depósitos de gelados. Depois de uma incursão pelas encostas do rio, o Zé rapidamente encontrou o primeiro.

   

 

Chegado ao lado do Adriano (assaltante 2) este questionou-o se isso seria mesmo um gelado ou uma arma transparente…rapidamente se apercebeu que dava para saciar a sede…afinal era um rajá*!!!

   

 

 

 

O Manel tendo a missão para a qual foi recrutado, começou por degustar um rico em fibra e potássio, concluindo que o material de que era revestido era biodegradável, resolveu lançá-lo á água. Entretanto, como se esse não bastasse, foi necessário recorrer a um outro rico em vitamina C …”nunca comi uma laranja tão gelada...!”

 

 

 

 

 

Todo este alimento era imprescindível para a subida à localidade de Vales e, de barriguinha cheia aí fomos nós.

 

 

 

 

   

 

O destino era a localidade de Granja de Jales e, segundo o Google Earth, teríamos uma nova rota par descobrir. Já à saída dos Vales tivemos que abandonar o caminho principal e virar à direita num trilho que aparentemente não tinha saída…afinal tínhamos visto mal…era necessário atravessar um regato de água que corria com alguma abundância e depois de procurar o melhor sítio para ao fazer, o homem mais bem nutrido na barragem dos Vales descobre a solução, afinal era ali mesmo ao lado.

 

 

 

 

A caminho da Granja discutia-se a vantagem e desvantagem de fazer reciclagem de materiais de outras bicicletas. Deu para comprovar que, ou por questão pessoal, ou meramente técnica, o resguardo da lama de Adriano apontava para a esquerda…hum…devem ter sido as giestas que o desviaram antes da descida para o rio…ou então, pensei, seria uma forma de controlar melhor o equilíbrio devido à deslocação de ar…???

 

 

Depois de passar a localidade de Granja seguimos o trilho que nos levaria até Tresminas. Era necessário regressar a casa porque a tarde acabava rápido, embora fossemos munidos de luzes. Chegados a Tresminas, resolvemos tirar uma foto em frente ao Centro Interpretativo do Complexo Mineiro e Romano de Tresminas, com o Sr. Presidente da Junta da localidade a apreciar…lá lhe dissemos que em Abril vão por ali passar uns quantos amantes do pedal num passeio denominado PUF - Rotas do Ouro.

 

 

A saída de Tresminas foi duríssima (inclinação na ordem dos 21%) porque resolvemos encurtar o percurso devido ao tempo que ali estivemos à conversa.

Já a descida para Reboredo tornou-se rápida mas cautelosa, devido ao muito frio que se fazia sentir…cada vez que se abria a boca, sentia-se o ar gelado no fundo dos pulmões…! A temperatura era tão baixa que os manípulos das mudanças chegaram a congelar.

Entretanto e já de regresso a Campo de Jales, eis que alguém se lembra de recordar as tatuagens e decide-se por colocar uma na canela da perna esquerda.  O resultado final após apreciação mais pormenorizada e já depois do duche do costume, dava conta de um "segundo joelho" ao nível da tíbia/perónio.

 

Chegados ao final deste passeio, o chá habitual acompanhado de uns croissants de chocolate para aqueles que menos gelados comeram na barragem dos Vales.

   

 

Entretanto e porque já era noite, a lavagem das bikes ficou para o dia seguinte. De manhã contava-se com um forte nevão mas não havia pinta de neve. Decidi lavar as bikes todas enlameadas. Mal passei a primeira água, reparei que a temperatura era muito baixa, tudo congelou imediatamente. Ficou a lavagem a meio e à espera de um dia mais quente…

 

   

 

 

*Nome pelos quais eram conhecidos os gelados que existiram há cerca de 20 anos, com o formato deste pedaço de gelo que vinham envoltos num plástico. Normalmente tinham sabor a laranja, limão e morango.

 

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