8 de Dezembro de 2009

 

Depois de um interregno de praticamente meia dúzia de semanas, é chegado o dia de tirar as bikes da garagem e por à prova as últimas afinações feitas há não sei quanto tempo… O receio era algum pois, a condição física de certeza que ia deixar a desejar, como tal, havia que fazer um passeio nas calmas e com um grau de dificuldade baixo.

Decidimos então marcar parte de um percurso que servirá para qualquer, dia fazer aí mais uma Rota do Ouro com uns amigos que querem pedalar por estes lados.

A saída foi em direcção a Alfarela de Jales e lá no alto rumamos em direcção a Cidadelha de Jales. Há uns domingos a esta parte, numa manhã de domingo em que os compromissos foram outros, em Cidadelha, houve tempo para verificarmos os caminhos que circundavam a zona da capela da aldeia …eis que nos deparamos com uns trilhos interessantes. Teríamos que passar por lá e ver o que dava aquilo. Lá fomos então hoje ao encontro deles e comprovámos, que de facto, são muito interessantes. Não servem somente para os habitantes da aldeia chegarem mais rápido a casa dos vizinhos ou às suas propriedades, mas também dão para os amantes do pedal desfrutarem desses caminhos (single-tracks).

Daí havia que chegar a Revel passando pelo Reboredo e foi em Revel que comprovámos que de facto tem chovido muito, o regato levava imensa água para o que tem sido habitual.

         

 

Depois da passagem por Covas o destino eram as explorações romanas e para não ser sempre a mesma coisa hoje abordamos o local pelo lado norte e seguimos uns trilhos ali marcados pelos animais que por ali pastam a urze e a carqueja, mesmo paralelamente ao grande desfiladeiro da corta - fabuloso!

 

 

 

 

    

 

 

Uma longa descida convidava-nos a chegar à Ribeirinha onde só ouvimos 2 galos a cantar e um cão a latir excessivamente assustado connosco, pois ali não se passa mais nada, tal é o isolamento daquele local. Parámos e comemos a barrita do costume junto ao fontanário da aldeia que serviu para repor os níveis de água nos bidons. 

A subida que se seguia era longa e dura até Cevivas, mas depois de tantas semanas parados, era para fazer devagar. O Zé depois do primeiro gancho à esquerda dizia que se aparecesse por ali alguma coisa que se agarrava logo…eu, recordei-me da última vez que ali tinha passado (23 de Maio 2009) a chover e por coincidência sozinho, bem cá atrás. Não porque partilhasse do sentimento dele, mas porque tinha ido procurar um amigo que, distraído, supostamente tinha seguido em frente na viragem…afinal não, ia bem lá à frente e ninguém o viu passar. Pena só se ter confirmado isso depois de ter feito uns Kms para fora do trilho.

Chegados a Cevivas ouvimos, à entrada do trilho que nos trazia de volta a Vilarelho, um enorme tilintar de campainhas de um ainda maior rebanho de cabras. O receio em avançar era algum pois tamanho rebanho devia ter cães muito ferozes que nos podiam fazer algum mal….Enquanto decidíamos se deveríamos avançar ou não, deparamo-nos com uma coisa muito interessante, a forma como o pastor interagia com o gado e com os cães que entendendo a mensagem corriam desenfreadamente buscar as mais atrasadas “vai lá buscá-las”…e aí vinha o cão. Quando nos viu olhou-nos, mas primeiramente fez o que o dono lhe ordenara, só depois de ter levado as cabras ao dono é que veio ter connosco como que diz: “que andam aqui a fazer?” entretanto demos ao pastor um elogio ao canino e perguntámos quantas cabras andavam por aquelas encostas ao que ele respondeu, 200.

 

 

 

A saída de Cevivas em direcção a Vilarelho tornou-se bastante dura, as chuvas dos últimos tempos deixaram muitas pedras soltas e tudo tinha que ser feito com muita concentração, pois as pedras húmidas eram uma constante armadilha.

Depois de Vilarelho e já na aproximação a Campo de Jales a ultima grande subida do dia esperava-se difícil pois, a última vez que ali tínhamos passado há uns bons 7/8 meses recordámo-nos de muitas pedras soltas e sulcos feitos pela água do último Inverno. Afinal as coisas estavam bem melhores, o caminho foi alvo de uma intervenção durante o Verão. Durante a subida acompanharam-nos diferentes sons da água a correr pelos sulcos na berma do trilho, cada qual com seu timbre.

Finalmente chegámos a casa com algum cansaço, pois, foram sete semanas parados e, comprovámos que sem treinos a forma desaparece num ai…

Acabámos felizes com 35 kms e 1062 metros de desnível acumulado.

 

No fim de semana, se o tempo permitir, continuaremos a por a forma física em ordem.

 

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